segunda-feira, 6 de abril de 2015

Perfil de Investidor: Descubra o Seu

Diego Wawrzeniak - Bússola do Investidor

Você quer saber qual é o melhor investimento, não é mesmo? Antes que alguém te responda isso, é muito importante que você descubra o seu perfil de investidor. veja porque:

Certa vez a avó de um amigo vendeu uma casa e não sabia o que fazer com o dinheiro. Resolveu então ir consultar o gerente do banco, afinal “ele deve ser um especialista em saber qual é o melhor investimento“.

Após uma semana fiquei sabendo que o gerente sugeriu. Adivinhe só?

Ele fez a senhora investir todo o dinheiro em um plano de previdência PGBL! Até na poupança seria melhor!! Porque raios uma senhora já aposentada deveria investir em um plano de previdência?!

Não me interessa analisar aqui se o gerente estava despreparado ou se houve má intenção de ganhar uma comissão maior, mas a recomendação foi uma tremenda sacanagem com a vovó…

Para que o mesmo não aconteça à você (ou à sua avó), resolvi explicar melhor como definir seu perfil de investidor e ter claro quais investimentos são, ou não, adequados para você.
Antes de mais nada, vamos ao que interessa:

Atenção: este teste é somente uma indicação e não deve ser o único critério para definir seu perfil de investidor. Recomendo que você peça ajuda à um profissional, que deverá considerar seus objetivos, necessidades, idade, situação familiar, etc.

Perfil Muito Conservador

Cuidado! Segurança é importante, porém em excesso pode fazer com que você perca boas oportunidades de investir bem o seu dinheiro no longo prazo.
Não tenha tanto medo de conhecer investimentos diferentes, estude e vá ganhando segurança aos poucos.

Alocação Sugerida:

10% em investimentos arriscados (bolsa de valores, fundos que buscam superar o Ibovespa)
10% em investimentos moderados (fundos imobiliários, fundos que buscam superar o CDI)
80% em investimentos conservadores (títulos pós fixados, CDBs e fundos que buscam superar a inflação)

Perfil Conservador

Você prefere segurança e prefere não ter surpresas desagradáveis com seu dinheiro, mesmo que elas sejam temporárias. Por conta disso evite investir em coisas mais arriscadas.
Mesmo que no longo prazo o retorno seja maior, os altos e baixos podem afetar muito suas emoções e decisões de investimento.

Alocação Sugerida:

10% em investimentos arriscados (bolsa de valores, fundos que buscam superar o Ibovespa
30% em investimentos moderados (fundos imobiliários, fundos que buscam superar o CDI)
60% em investimentos conservadores (títulos pós fixados, CDBs e fundos que buscam superar a inflação)

Perfil Moderado

Você deve buscar investimentos que ofereçam mais retorno do que título públicos e renda fixa, porém evite os que podem ter muitas variações de valor como ações de companhias menores, ou fundos de investimento muito agressivos.

Alocação Sugerida:

30% em investimentos arriscados (bolsa de valores, fundos que buscam superar o Ibovespa)
30% em investimentos moderados (fundos imobiliários, fundos que buscam superar o CDI)
40% em investimentos conservadores (títulos pós fixados, CDBs e fundos que buscam superar a inflação)

Perfil Arrojado:

Você tem sangue frio e lida bem com riscos.
Procure investir seu dinheiro de longo prazo em investimentos com maior potencial de retorno, deixando pelo menos 25% do seu patrimônio em investimentos seguros.

Alocação Sugerida:

60% em investimentos arriscados (bolsa de valores, fundos que buscam superar o Ibovespa)
20% em investimentos moderados (fundos imobiliários, fundos que buscam superar o CDI)
20% em investimentos conservadores (títulos pós fixados, CDBs e fundos que buscam superar a inflação)

Perfil Muito Arriscado

Cuidado! Risco pode significar mais retorno, porém é importante ter uma reserva de dinheiro sempre garantida e à mão para momentos turbulentos.

Alocação Sugerida:

80% em investimentos arriscados (bolsa de valores, fundos que buscam superar o Ibovespa)
10% em investimentos moderados (fundos imobiliários, fundos que buscam superar o CDI)
10% em investimentos conservadores (títulos pós fixados, CDBs e fundos que buscam superar a inflação)

O que mais considerar no seu Perfil?

Além de como você lida com as perdas e como você lida com o risco, é importante considerar também outros fatores na hora de encontrar seu perfil de investidor:

Duração do Investimento

Por quanto tempo você pretende deixar seu dinheiro investido:

Curto prazo: até 3 anos

Médio prazo: de 4 a 9

Longo prazo: acima de 10 anos

Cada uma destas reservas terá um objetivo diferente e portanto uma política de investimentos diferente. O dinheiro que você está economizando para viajar no final do ano por exemplo, deve ser investido em algo com baixo risco, evitando que uma queda brusca acabe com sua viagem.

Já o dinheiro de longo prazo da aposentadoria por exemplo, pode ser investido em algo que aceite maiores variações agora, em troca de um maior retorno de longo prazo. Quanto menor a duração, mais conservador deverá ser seu perfil de investidor. Retorno Desejado

Seu objetivo com esses investimentos é fazer o dinheiro crescer ainda mais, reinvestindo os ganhos, ou você precisa de uma renda para ajudar no seu custo de vida?

Em geral pessoas mais jovens que ainda estão acumulando patrimônio desejam fazer o dinheiro crescer, reinvestindo todos os ganhos de seus investimentos. Por outro lado, pessoas mais velhas já não precisam juntar tanto dinheiro para o futuro e podem usufruir da renda gerada pelos investimentos.

Investir em ações é uma opção para investidores que desejam crescer o patrimônio no longo prazo e com perfil mais arrojado, porém para que deseja renda, é melhor escolher investimentos que são bons pagadores de dividendos como fundos imobiliários e investimentos com perfil mais conservador.

Liquidez

Com que urgência você poderá precisar daquele dinheiro? Imagine que eventualmente você tenha que arcar com custos de hospital, viagens inesperadas, etc, você terá um dinheiro com fácil acesso para isso?

Investimentos com alta liquidez são aqueles que você pode resgatar o dinheiro logo que precisar. No entanto existem fundos de investimento que seu dinheiro fica comprometido por vários anos.

Quanto mais você precisar de dinheiro imediatamente, mais conservador deverá ser seu perfil de investimento.

Risco

Risco e retorno é e sempre será o dilema de todo investidor. O investimento perfeito teria muito retorno e nenhum risco, o que não existe. Você tem que saber seu perfil de risco, ou seja, como lida com eventuais perdas.

Isso é importante para que você seja fiel a sua política de investimentos. Suponha que após investir em ações você perde mais de 10%: é possível que no futuro também ocorram altas de mais de 10%, que você perderá se tirar seu dinheiro agora.

Se determinou que o investimento era de longo prazo, deixe ele lá a menos que estude com atenção e mesmo assim ache melhor tira-lo. O que você nunca deve fazer é tomar decisões por impulso.

4 Fatores Fundamentais para Ter Sucesso Investindo em Ações.

POR ANDRÉ FOGAÇA - GuiaInvest

Pessoas diferentes têm diferentes visões sobre o que é investir em ações, mas acho muito importante focar em alguns aspectos fundamentais para te colocar no caminho certo.

Investir não significa especulação.

A ideia de um leigo do que seja investir em ações provavelmente envolve corretores com vários copos de café na mesa, monitores piscando com novas informações enquanto telefones tocam freneticamente no fundo de uma sala de operações.

Esqueça todas essas imagens, por favor, pois investir em ações não tem nada a ver com ter os computadores mais rápidos, a maior quantidade de informações atualizadas ou simplesmente a compra e venda de ações diariamente.

Apesar de vários investidores ganharem muita grana fazendo “Day trade”, isto é, compra e venda de ações diariamente, essa não é a estratégia favorita para a maioria dos bons investidores individuais que consistentemente ganham dinheiro no mercado.

Além de necessitar de uma quantidade inimaginável de atenção e esforços para seguir de perto as ações quase que a todo instante, investidores que fazem negociações diárias tendem a ter outros dois fatores importantes agindo contra eles.

Primeiramente, taxas e comissões cobradas sobre as operações diárias podem acumular-se muito rapidamente, tirando muito dos ganhos feitos com essas especulações diárias.

Segundo, especuladores frequentes têm que pagar mais impostos, diminuindo assim o retorno que cada ação pode trazer.

Assim como você pode ser um excelente piloto de carro sem saber nada sobre a mecânica do carro, você pode ser um grande investidor sem saber os pormenores de como cada ação é efetivamente vendida e comprada no mercado. Saber como suas ordens saem de um sistema de computadores para outro tem pouca importância para os bons investidores.

Apenas lembre-se que investir em ações é muito parecido com um jogo de xadrez, onde paciência, inteligência e a habilidade de enxergar os movimentos futuros é o que mais importa.

Assim como no xadrez, ao investir é muito mais importante fazer os movimentos certos do que saber mover-se rapidamente.

Investir significa comprar negócios

Se as estratégias de day trade e afins não importa para o bom investidor, o que importa? Será que os gráficos de preços de ações tem alguma verdade por trás daqueles números?

Eu já falei disso, e repetirei quantas vezes for necessário: quando você compra uma ação você está comprando os direitos ao lucro daquela empresa. Ações não são apenas pedaços de papel que podem ser negociados.

Você está efetivamente comprando um negócio quando compra uma ação, então é uma boa começar a pensar como um empresário, isto é, um dono de negócio. Isso significa aprender a ler relatórios financeiros, acompanhar como a companhia realmente faz dinheiro, avaliar tendências, e avaliar quais são os negócios que tem maior vantagem competitiva. Isso também significa ter que saber qual é o melhor preço a se pagar para ser dono daquele negócio.

E para fazer isso você não precisa de habilidades especiais!

Você deve pensar em comprar uma ação assim como você pensa ao fazer qualquer outra compra de grande porte: com muita pesquisa, cuidado e com a intenção de manter essa compra por tanto tempo que for interessante.

Muitas pessoas passam o final de semana inteiro andando de loja em loja para achar um desconto de R$60 numa televisão, mas dão pouca atenção aos milhares de reais que eles poderiam fazer se comprassem a ação certa (ou evitassem as erradas).

Reprisando: investir é um exercício mental que requer muita energia, porém é um exercício que pode ter grandes recompensas.

Você compra ações, não o mercado todo

Todos nós acompanhamos os analistas prevendo onde o mercado de ações vai estar no futuro. Uma coisa para se lembrar ao ver todas essas previsões é que investir em ações significa comprar ações particulares e não o mercado com um todo. Se você comprar a ação certa, você pode fazer dinheiro sem se importar muito com os altos e baixos do mercado em geral.

Outra razão para se desconsiderar as premonições dos especialistas: é praticamente impossível prever o mercado de forma consistente e continuadamente. Ninguém ainda conseguiu fazer isso, pois há muitas partes se mexendo ao mesmo tempo e muitos fatores desconhecidos.

Ao limitar o seu campo de ação para uma empresa em particular, você pode focar naquilo que realmente sabe ao mesmo tempo em que elimina drasticamente aquilo que não sabe.

Você será capaz de reduzir bastante o cansaço e irritação apenas se ignorar essas previsões de mercado.

Eu já falei em artigos anteriores que ações são bastante voláteis. Mas por quê? Será que o valor de algum negócio realmente muda quase 50% ao ano?

Imagine o caos que seria se o valor da sua casa variasse tanto!

O fato é que o “Senhor Mercado” tende a ser um pouco exagerado, reagindo desproporcionalmente a cada notícia boa ou ruim sobre a economia ou coisas do tipo.

Vantagem competitiva é o que importa

Perspetivas de lucros futuros é o que leva as mudanças nos preços das ações no longo prazo, então é importante saber como a empresa pretende fazer receita e principalmente lucro no futuro.

Vantagem competitiva, ou a habilidade que diferencia a empresa de seus competidores, é o fator mais importante que faz com que a empresa tenha lucros no futuro. Apesar dos esforços da mídia financeira em focar em outros fatores, vantagem competitiva é mais importante que conjectura econômica, que as notícias que tanto mexem com os preços no curto prazo e também é mais importante que uma equipe administrativa de qualidade.

Pode ser interessante comparar o ato de fazer um investimento com o de uma travessia de oceano num navio. Você não tem muito poder para mudar o clima e nem as correntes marítimas (isto é, o cenário econômico atual). Você pode esperar o mau tempo, que pode afundar seu navio, passar, mas isso faz com que você perca precioso tempo.

O principal fator em seu controle é qual navio entrar. Pense na capacidade de sobrevivência de um navio como a vantagem competitiva de um negócio e o motor do navio como o fluxo de caixa. Alguns navios têm cascos reforçados de aço enquanto outros são de madeira podre. Obviamente, você deseja escolher os navios que são melhores no mar (com a melhor vantagem competitiva) e aqueles que tenham mais potência no motor (isto é, mais fluxo de caixa).

Apesar do capitão e a tripulação serem importantes (assim como a equipe de administração de uma empresa) a qualidade do navio importa mais. Num bom navio, se o seu capitão não fizer uma besteira muito grande, não há muita diferença entre um capitão bom e um excelente.

Entretanto, não há nada que o capitão possa fazer se o motor do navio estiver quebrado e o navio quase sendo levado para o fundo do mar (isto é, um mau negócio). Para fazer um paralelo com o mundo dos negócios: a estrutura de seu negócio predomina sobre as habilidades administrativas.

É importante notar que todos os navios estarão sujeitos às marés (a famosa volatilidade). E apesar de ser verdade que uma maré favorável levanta todos os navios, isso não diz nada sobre a qualidade dos navios de enfrentar o mar. Tudo permanecendo igual, um navio melhor ainda chegará mais rápido ao seu destino assim como uma companhia com melhor vantagem competitiva irá criar mais valor para os donos de suas ações.

A lição

É extremamente fácil para um investidor iniciante ficar um pouco confuso e seguir o caminho errado ao focar indevidamente nos mecanismos de especulação ou na direção que o mercado em geral está tomando.

Para treinar sua mente apropriadamente, você deve desligar-se das noticias sobre o mercado e focar suas atenções em estudar companhias individualmente e avaliar as habilidades dela de gerar receitas no futuro.

sexta-feira, 3 de abril de 2015

A diferença entre traders e investidores no mercado de ações.

FÁBIO ALMEIDA O pequeno investidor.

Para quem não investe no mercado de ações, obter sucesso investindo nesses ativos é um mistério. Principalmente, porque parece ser um mercado onde só investe gente que tem que fica “antenada” o tempo todo na tela do computador, observando os movimentos dos preços. Mas essa é só parte da história: existem os traders e os investidores, e é importantíssimo saber a diferença antes de opinar ou entrar nesse mercado.

Traders: foco em produzir resultados no curto prazo, riscos maiores.

Benjamin Graham, um dos primeiros a examinar o mercado de ações a partir de uma perspectiva fundamentalista e conhecido como mentor de Warren Buffett, fazia uma distinção clara entre investidores e especuladores. De acordo com ele, o investidor busca aplicar seus recursos em investimentos que preservam o capital e prometem um retorno adequado. O resto é especular.

Perceba o seguinte: Graham não disse que especular não dá resultado. Só não é investir. Traders – ou especuladores – não aplicam em ativos que preservam o capital e prometem o retorno adequado. Seu foco é única e exclusivamente a rentabilidade no curto prazo. Mas, sendo este o foco, isso significa que o trader está sujeito a riscos que o investidor mais tradicional não está.

Por exemplo, o trader precisa ver resultado rápido. Muitas vezes, contudo, um investimento precisa de tempo para amadurecer e, mesmo que a hipótese do trader esteja certa, pode ser que o tempo esteja contra ele. O ativo precisaria de anos para dar o retorno procurado, mas o trader só tem semanas ou meses para manter o dinheiro investido.

Outro ponto a ser salientado é que a magnitude dos retornos procurados pelo trader é bem pequena. Uma operação bem sucedida, muitas vezes, traz retorno de 4 ou 5%. Esqueça aquela história de especuladores ganhando 1.000% em uma única operação. Acontece? Sim, mas em ocasiões muito específicas e tão improváveis que é até difícil teorizar. Na média, os bons traders conseguem retornos muito inferiores a esse. E mesmo assim, é preciso descontar as operações mal sucedidas, o que reduz o retorno para algo muito menor que os 4 ou 5%.

O trader, como mostra a imagem comum de quem aplica recursos no mercado de ações, é um sujeito que precisa estar ligado no mercado. Boa parte deles opera com base em gráficos diários e, por isso, precisam estar antenados com as mínimas flutuações. É bem verdade que também há traders que operam com fundamento em gráficos semanais ou mensais, mas em muitos casos não é o que acontece. É preciso estar atento. Além disso, como o trader precisa negociar com mais frequência, seus custos com corretagens e impostos tendem a ser maiores do que investidores que aplicam no mercado de ações com a perspectiva de investir.

Por conta desses fatores, não adoto essa perspectiva em minhas investidas no mercado de ações. Prefiro investir a especular.

Investidores: foco no longo prazo, minimização de riscos e custos

Investir, por sua vez, pressupõe encontrar ativos que prometam preservação do capital e um retorno adequado ao longo do tempo. Veja que são dois os requisitos: preservar e rentabilizar. Poupança, portanto, não é investimento, pois praticamente só preserva o capital, mas não traz uma remuneração suficiente para apresentar um retorno adequado no longo prazo.

Quem investe tem por foco o longo prazo. Não mede seu sucesso ou fracasso em semanas ou meses, mas em anos ou mesmo décadas. Por um lado, isso significa que eventuais erros de estratégia podem ser percebidos apenas após o decurso de alguns anos, o que é algo que pode ser considerado ruim. Afinal, erros de análise acontecem. Por outro lado, o foco no longo prazo também dá a serenidade de saber que ajustes podem ser feitos ao longo do tempo, acabando com a sensação de que se cometeu um “erro fatal”. Claro, traders também têm de adotar ferramentas de proteção para evitar perdas substanciais de patrimônio, mas o foco no longo prazo dá mais margem para erros que podem ser sanados ao longo do tempo.

Normalmente, investidores enxergam as empresas em que investem da maneira diferente dos traders. Para os traders, o que importa é o “papel”, o título que é negociado, e não a empresa que está por trás dele. Isso faz sentido, porque, no curto prazo, os preços são determinados por fatores alheios ao desempenho da empresa na economia real. O investidor, por outro lado, sabe que, no longo prazo, os preços vão acabar convergindo para o desempenho da companhia no “mundo real”.

É por isso que os investidores normalmente adotam uma abordagem conhecida como Buy and Hold. Quem investe em uma empresa com a pretensão de ser seu acionista compra as ações com o objetivo de segurá-las por um bom tempo. Por isso o nome da estratégia: Buy and Hold significa precisamente “comprar e segurar”. Claro, isso não significa que as empresas devem ser “seguradas” para sempre; é possível que haja motivos para vender as ações se a situação concreta mudar e a avaliação inicial não for mais válida.

Outro ponto positivo para o perfil “investidor” diz respeito ao fato de que existem várias maneiras de executá-lo. O investidor não precisa estar tão antenado assim nos seus investimentos – digo, a ponto de ter que examiná-los todos os dias. Quem faz o trabalho de casa antes de comprar seus ativos pode se dar o luxo de dar uma olhada uma vez por mês e ler os balanços das empresas em que investe. Mas não precisa ficar olhando a telinha do home broker alucinadamente, nem ficar traçando gráficos de curto e longo prazo.

O ponto importante aqui é o seguinte: você não precisa ser um profissional para se dar bem na bolsa se adotar a perspectiva de investidor. Mas, se você quiser ser um trader de sucesso, precisa ser profissional. Ou seja, tem que dedicar boa parte do seu dia (2, 3, 4 horas)  a analisar tecnicamente os ativos e a negociar.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Novidades no Tesouro direto.

Priscila Yazbek- EXAME.com

A Secretaria do Tesouro Nacional divulgou no dia 10/03/2015 uma série de mudanças no programa online de compra de títulos públicos Tesouro Direto.

Entre as novidades estão a mudança nos nomes dos títulos, que agora serão relacionados às formas de remuneração de cada papel, e a recompra diária dos títulos, que antes só ocorria às quartas-feiras. A partir do dia 30 de março, a opção de venda dos títulos pelos investidores será aberta todos os dias úteis, a partir das 18h, e será encerrada às 5h do dia seguinte. Já nos finais de semana e feriados a funcionalidade será oferecida o dia inteiro. Com isso, o Tesouro aumenta a liquidez do investimento, ou seja, a facilidade de resgate do valor investido.  Também foi lançado um novo título para venda, o Tesouro Prefixado 2021 (LTN). Segundo o comunicado do Tesouro Nacional, o papel foi criado para atender a demanda por títulos com perfil mais alongado e sem pagamentos de juros semestrais. "Esse papel é ideal para aquele investidor que deseja saber a rentabilidade exata do seu investimento no momento da aplicação e não precisa receber antecipadamente os seus rendimentos", diz a nota do Tesouro.

Mudanças nos nomes.

As nomenclaturas dos títulos passarão a contar com expressões que sugerem a forma de remuneração do papel e explicam se ele paga juros semestrais ou se acumula o rendimento para o vencimento. As Letras Financeiras do Tesouro (LFTs) passarão a ser chamadas de Tesouro Selic 20XX (LFT), sendo que o "XX" do nome é alterado de acordo com o ano de vencimento do papel. Esses títulos são aqueles que pagam ao investidor a variação da taxa Selic durante o período do investimento.

Por serem atrelados à taxa básica de juros, esses títulos não geram prejuízos aos investidores quando resgatados antes do vencimento, como ocorre com os outros papéis. Por isso, são considerados os títulos mais conservadores do Tesouro. A Letra Nacional do Tesouro (LTN) passará a se chamar Tesouro Prefixado 20XX (LTN), em linha com a forma de remuneração do título, que paga ao investidor uma taxa de juro prefixada, que é determinada no momento da aplicação.

A Nota do Tesouro Nacional - Série B Principal (NTN-B Principal) mudará para Tesouro IPCA+ 20XX (NTN-B Principal). O título paga ao investidor uma taxa de juro prefixada, mais a variação da inflação medida pelo IPCA, daí a inspiração para o nome.

A palavra Principal é explicada pelo fato de o título acumular os rendimentos para o vencimento, diferentemente da NTN-B pura, que paga ao investidor os rendimentos a cada seis meses.
Para difereciar os títulos que acumulam os rendimentos para o vencimento daqueles que pagam a rentabilidade a cada seis meses, os novos nomes também farão menção à peridiocidade de pagamento dos juros. Sendo assim, as NTN-Bs puras, passarão a ser chamadas de Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 20XX (NTN-B).
Da mesma forma, as Notas do Tesouro Nacional série F, que assim como as LTNs são títulos prefixados, mas se diferenciam por pagar juros semestralmente, passarão a ser chamadas de Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 20XX (NTN-F).

Veja na tabela a seguir as novas nomenclaturas dos títulos:




Mudanças no site.

O site do Tesouro Direto também foi reformulado e o conteúdo ficou mais didático e intuitivo. A página foi adaptada para ser acessada por diferentes plataformas, como desktop, smartphones e tablets.

Os usuários também passarão a contar com o recurso "orientador financeiro", uma espécie de gerente virtual que auxiliará os investidores a encontrarem os melhores investimentos de acordo com o seu perfil.
Segundo a nota divulgada à imprensa pelo Tesouro, as alteraçõe são resultado de uma pesquisa realizada junto a investidores e profissionais da área financeira. "Fazem parte de um projeto de aperfeiçoamento no modo como o Tesouro Direto se comunica com o público".
As mudanças foram implementadas a partir de uma parceria entre o Tesouro Nacional, a BM&FBovespa e demais colaboradores.
Confira, a seguir, o material completo divulgado pela Secretaria do Tesouro Nacional sobre as novidades do programa:



7 Hábitos que Irão Ajudar Você a Conquistar sua Independência Financeira.

POR ANDRÉ FOGAÇA- Guia do investidor.

O que é independência financeira para você?
Independência financeira normalmente significa ter renda suficiente para pagar suas despesas para o resto de sua vida sem que você tenha que trabalhar para isso.
Algumas pessoas conseguem isso através de poupança e investimento ao longo de muitos anos, enquanto outros constroem empresas de sucesso que podem gerar a renda necessária para manter seu padrão de vida. Existem muitas maneiras de alcançar a independência financeira, e isso não é só para os ricos. Aqui estão alguns hábitos que podem ajudar você a atingir a sua independência financeira:

• Evite dívidas

O endividamento é a ruína da independência financeira. Se você utiliza cartões de crédito para comprar bens de consumo, então você está enriquecendo os bancos e não a si mesmo. Cartões de crédito, empréstimos e financiamentos de carro são exemplos de máquinas geradoras de dinheiro para os credores. O primeiro passo para a independência financeira é se livrar de dívidas com juros altos e liberar o seu dinheiro para trabalhar para você em vez de trabalhar para os bancos.

• Ignore o vizinho.

“ Muitas pessoas gastam o dinheiro que não tem, para comprar coisas que eles não precisam, para impressionar as pessoas que não gostam.” – Will Rogers

Uma das muitas razões de se gastar tanto dinheiro em coisas que na maior parte das vezes não precisamos é a comparação com os nossos amigos e vizinhos.
Acumular coisas é realmente o motivo pelo qual você levanta todas as manhãs para ir trabalhar? Aposto que não. A maioria de nós não precisa de uma mansão com 3.000 metros quadrados e carros de luxo. Uma casa e um carro modestos irão servir tão bem quanto. Os comerciais de carros na TV tornam a vida uma competição para comprar o veículo mais caro, mas você não tem que cair nessa. Ao invés disso, ignore a opinião dos outros, desta forma você deixará seus vizinhos para trás financeiramente.

• Gaste menos do que você ganha.

A verdadeira chave para a independência financeira é gastar menos do que você ganha. Simples assim. Evitar dívidas e ignorar os vizinhos é meio caminho andado, mas é necessário muita dedicação para gastar menos do que você ganha. Em primeiro lugar, você precisa controlar seus gastos e ver com o que você gasta seu dinheiro. Em seguida, você pode cortar os gastos desnecessárias e manter as despesas mínimas para manter seu padrão de vida.
É igualmente importante gerar mais renda, é claro. Lembre-se de trabalhar ambos os lados da equação para tornara diferença entre a renda e os gastos cada vez maior.

• Pague-se primeiro.

Isso pode soar egoísta, mas para alcançar a independência financeira você vai precisar colocar-se em primeiro lugar. Você precisa priorizar a poupança acima de todo o resto. Economize antes de pagar as contas, comprar mantimentos ou até mesmo pagar o aluguel. Pagar-se primeiro incentiva você a viver com um orçamento menor e é um poderoso hábito de economia. Viver com o que sobra depois de pagar a si mesmo é uma ótima maneira de construir riqueza.

• Compre ativos que geram renda.

Uma vez que você começar a poupar você tem que investir o dinheiro em ativos que gerem renda e valorizam. O mercado de ações tem um bom histórico a longo prazo, e muitos investidores constroem riqueza dessa forma. Títulos de renda fixa, investimento em imóveis ou mesmo a poupança também são todos ativos que irão ajudá-lo a caminhar em direção a independência financeira. Concentre-se na compra de ativos que irão fazer você ganhar dinheiro ao invés daqueles que depreciam e geram custos.

• Continue investindo.

É igualmente importante manter seus investimentos a longo prazo. Você tem que investir no mercado de ações, apesar dos anos bons e ruins. Pode ser difícil comprar ações quando o preço está caindo, mas se não fizer isso provavelmente irá perder ótimas oportunidades. Dessa forma, você estará acumulando riqueza e caminhando em direção a sua independência financeira.

• Seja flexível.

Seja flexível e ajuste os seus gastos de acordo com sua situação financeira. Alguns anos estão sujeitos a serem financeiramente mais difíceis do que outros, e você precisa ser capaz de lidar com eles. Se você for demitido, corte despesas e se ajuste rapidamente. Não espere até que você tenha utilizado a sua poupança para cortar os gastos. O mercado de ações pode cair 40% e reduzir o seu patrimônio consideravelmente no próximo ano. Em vez de sacar o dinheiro, como de costume, uma outra opção seria obter um emprego de meio período para passar pela fase difícil. Ser flexível significa que você sempre estará com os pés no chão e viverá uma vida menos estressante.

Resumindo.

Você não precisa de milhões para alcançar a independência financeira. Qualquer um pode seguir estes passos. Ter renda suficiente para cobrir suas despesas sem ter que trabalhar em tempo integral te libertará para que você possa realmente desfrutar a sua vida.

terça-feira, 3 de março de 2015

Em que investe o Pequeno Investidor?

Por  - O PEQUENO INVESTIDOR

Shutterstock
Muitos leitores têm pedido que eu volte a postar minha carteira de investimentos , a fim de acompanhar melhor minha estratégia. Quem segue o blog há mais tempo sabe que era uma prática comum minha divulgar periodicamente minha carteira e resultados, mas decidi parar de fazer isso por conta de fatores de ordem pessoal que surgiram – muitas críticas, ironias e outras dissenções pouco produtivas. Mas, para saciar a curiosidade dos nossos leitores, publico hoje como está minha carteira atual, com uma discussão a respeito dos critérios que usei para montá-la.
Quem acompanhava a carteira no passado notará uma modificação profunda na composição dos investimentos em ações. Antes, eu tinha uma parte razoável dos investimentos em ativos de energia e de commodities, mas resolvi reduzir bastante minha exposição nesses setores de 1 ano e meio pra cá. No caso do setor de energia, comecei a reduzir meus investimentos depois que o governo federal passou a intervir fortemente no setor. Quanto às empresas de commodities, decidi que eram incompatíveis com minha estratégia de investimento, voltada para empresas que apresentam prognósticos de crescimento mais constantes. A exceção, aqui, é que mantenho alguns poucos ativos com objetivo exclusivamente especulativo, mas não os incluí na lista por não os considerar investimentos – e sim especulação.
O primeiro aspecto a ser salientado é que sempre procuro um equilíbrio na carteira entre ativos de renda fixa e de renda variável, seguindo a lição de Benjamin Graham, que recomenda nunca ter menos de 25% ou mais de 75% em uma ou outra classe de ativos. Atualmente, a alocação de ativos da carteira é a seguinte:
Alocação de Ativos
Ou seja, 36,8%  do meu patrimônio está alocado em renda fixa e 63,2% em renda variável.
Sempre fui muito criticado por manter um alto percentual do patrimônio em renda variável (basicamente, ações), mas acredito que a estratégia tem dado muito certo. Mas vamos analisar melhor como cada modalidade de investimento está alocada:
proporção
Aqui, é possível observar que tenho mais da metade do meu patrimônio em ações (toda a renda variável está alocada nesse mercado), sendo 51,3% em investimentos diretos em ações ou ETFs e 12% em fundos de ações. Por que faço isso? Para diversificar o risco. Por mais que acredite em minha estratégia de escolha de investimentos em ações, também sei que posso estar errado e, por essa razão, invisto também em fundos de ações. A renda fixa, por sua vez, é composta de investimentos em tesouro direto (1,2%), em debêntures (6%) e fundos de renda fixa (29,6%). Nesses fundos de renda fixa estão principalmente fundos alocados em crédito privado – mais arriscado, mas mais rentável.

Em que ações o Pequeno Investidor aplica seus recursos?

Vamos examinar agora melhor os ativos de minha carteira. Em primeiro lugar, as ações:
Ações do portfólio do Pequeno Investidor
A rigor, a carteira de ações não é composta só de ações, pois também há ETFs – SMAL11 (Fundo de Small Caps), XPTD11 (Fundo de dividendos) e IVVB11 (Fundo que replica o índice S&P 500). Esses índices compõem cerca de 17,4% da carteira de ações. Os restantes 82,6% são compostos de ações escolhidos conforme minha estratégia, e todas respeitam meus critérios de seleção, já explorados em vários e vários artigos do blog. Pela ordem de percentual dos meus investimentos, a carteira de ações está distribuída nos seguintes termos:
Distribuição percentual de ações
Como já era de se esperar, Ambev e Cielo — ações que fazem parte de meu portfólio desde o início, assim como Itaú — são as 3 primeiras. Investimentos mais recentes são CGRA3 (Grazziotin) e UGPA3 (Ultrapar), além de BBDC4 (Bradesco).

Em que ativos de renda fixa investe o Pequeno Investidor?

A minha alocação em renda fixa, por sua vez, está dividida entre fundos de investimento , tesouro direto e debêntures. Embora goste muito de FIIs, no momento não tenho investimentos nesse mercado. Os fundos de renda fixa correspondem, hoje, a 29,6% do portfólio. Por que escolhi investir tanto em fundos, não em ativos diretamente? Por um motivo principal: alguns fundos da XP (minha corretora) me dão oportunidade de investir em ativos de crédito privado que eu não poderia investir de outra forma.
Quanto às debêntures e ao tesouro direto, a distribuição do portfólio é a seguinte:
Debêntures%
TPIS2443,96%
RDVT1139,47%
AGRU123,82%
BRPR2112,74%
Tesouro Direto%
NTN-B Princ 15/05/203555,08%
NTN-B Princ 15/08/202435,70%
LTN 01/01/20189,22%
Bom, pra saciar sua curiosidade, esses são meus investimentos. Minha meta, que estou procurando ao longo dos últimos meses, é aumentar aos poucos a exposição em renda fixa, sem deixar de aproveitar oportunidades no mercado de ações. Tenho reinvestido dividendos nesse mercado para aproveitar as últimas baixas e aplicado o dinheiro das novas economias tanto em renda fixa (a maior parte) quanto em ações (uma parte menor). Também tenho uma pequena reserva em poupança, para emergências, a fim de evitar ter que resgatar dinheiro de outros investimentos para eventualidades.
PS: O fato de eu possuir esses ativos não significa que os recomende para ninguém. A decisão de investir ou não em qualquer classe de investimentos é única e exclusivamente sua. Não sou analista certificado ou autorizado e, portanto, não posso legalmente recomendar qualquer categoria de investimento. O propósito desse blog é exclusivamente educacional.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Tudo Para Investir em Opções na Bolsa de Valores

Por Diego Wawrzeniak - Bússola do Investidor

É muito comum que investidores pensem que investir em opções na bolsa é um investimento arriscado. Embora isso também possa ser verdade, investir em opções é também um dos investimentos mais seguros que alguém pode realizar no mercado financeiro.
opcões bolsa de valores
Isso porque tudo depende da maneira como você utiliza as opções em seus investimentos. Muito mais do que um investimento para especular, as opções permitem que você tenha total controle sobre seu potencial ganho ou prejuízo, tornando as oscilações do mercado muito menos arriscadas para seu dinheiro.
Nesse artigo, vamos entender melhor:
i. o que são as opções, quem deve utiliza-las,
ii. como elas funcionam e ainda;
iii. entender detalhadamente como você pode ganhar ou perder dinheiro investindo em opções. (Para saber como declara-las em seu imposto de renda, leia este guia.)

O que são opções?

De um modo objetivo, mas pouco didático:
“Uma opção dá ao comprador o direito de escolher se quer comprar ou vender uma determinada ação por um preço pré acordado em uma determinada data.”
Eu sei que essa explicação não ajuda muito… Então vamos entender isso de uma maneira mais simples:
Imagine que você encontrou um lindo imóvel e queira muito compra-lo. Porém, você somente terá os R$ 300.000 necessários para isso daqui a 4 meses.
Como fazer o proprietário do imóvel esperar?
investir em opcoes
A solução: pagar ao proprietário para ter uma opção de compra!
Vocês combinam que pagando R$ 4.000 hoje, você poderá comprar o imóvel pelos mesmos R$ 300.000, porém daqui a 4 meses. Isso irá lhe dar duas vantagens:
1. Em quatro meses você já terá o dinheiro necessário e poderá comprar o imóvel (algo que não conseguiria agora)
2. Você ainda terá a opção de escolher se ainda quer compra-lo por este